quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Sobre a insegurança infinita que me assola

Sou. E sou quando só,
Apenas
Porque no encontro
Sinto-me sufocada
Com vestes e golas de criminosa

Por abrir demais ou de menos
A boca os sons os
Poros os botões
As folgas
O riso as palavras as
Pernas

Por cometer o crime de manchar,
Com a tinta viva que gero

Por manifestar-me através de
Um corpo que
Flui
Cheiros
Não florais não rosados não depilados não maquiados

Por ser presença única,
Que não as sete bilhões ou mais de outras presenças

Por estar
Por dizer e silenciar
Por me amar

Sou delituosa
Por existir.


Nenhum comentário:

Postar um comentário