terça-feira, 24 de março de 2015

Devaneio II

O que se torna
A sua mão
Quando toca?
É uma nova pele
Um novo instante

O corpo se modifica
A cada fôlego
De presença.

O que são
Seus olhos
Quando perdem-se
Em interiores secretos?
Que são eles
No momento em que encontram
Os meus?

Ser um
E ser todos,
Paralelamente,
Paradoxalmente

Você em mim:
Incógnita.

Exponho-me minha
E a partir do instante
Que me transformo em ondas de ar
Só farei sentido,
Nessa ponte que vai de mim para ti,
Quando me torno
Tu

Sou redesenhada
A cada olhar teu

Se sou contigo
Me distribuo nova
Em sua alma
Porém continuo integra internamente

Sei das minhas cores
(ainda que por vezes elas se misturem, descomedidas)
E no entanto,
Pergunto-me
Quais são as tintas
Com que você me colore?

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