sexta-feira, 2 de março de 2018



eu
que já me sabia inteira lar em mim mesma
reconstruo as paredes da minha casa com a extensão da sua pele-capa (minha canção iluminada de sol)
e permito que a magia profunda de gruta e céu galáctico pinte nosso cotidiano
e desloque as minhas certezas

nós

costurados nessa malha caleidoscópica vital

a anti-máscara a dimensão além-mente a crueza-princípio dos diamantes a dúvida cavocando concretos sociais enrijecidos de medo e estagnação a respiração das montanhas a coragem de se assumir integridade a fusão alquímica dos encontros e do breu estrelado desconhecido a força de todos os bichos e a arte de todas as bruxas da terra a remada do barco que cruza a correnteza o som constante dos orgasmos das ondas e seus segundos de vazio a sensação inicial do sonho vivo a consciência amor ou algum outro desígnio não catalogado em palavra que possa moldar no espaço esse reencontro único diário fluído de rio

família
o conforto dos amigos mais compridos
o estado de gargalhada
astral e firmeza
magos e feras
ancestralidade

traçar trilhas suaves pelas florestas virgens
brotar verde no concreto
ancorar a transformação dos limites
e ainda assim
estar
aqui, e só sensação
sensação sensação sensação sensação sensação sensação sensação

todos os olhos despertos

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